Os Antigos Caminhos ou Antiga Religião na sua essência, é uma visão da Terra como a Mãe da Vida. Vários seres vivem sob o seu cuidado; os seres
físicos são os zeladores da Natureza e os seres espirituais concedem vitalidade e a essência da vida a plantas e animais. É por isso mesmo que se fazem oferendas a espíritos, na tentativa de conseguir que façam determinadas plantações renderem mais, rebanhos crescerem, etc.
O Círculo Ritual tradicionalmente era feito diante de uma grande árvore, perto de água corrente. A água tinha 2
propósitos: criava um fluxo de energia por causa da sua própria corrente e a mente subconsciente era estimulada pelo som da água , conectando a energia mágica provocada pelo ritual no nível emocional. A
correspondência da água com as emoções e das emoções com o subconsciente, criavam por extensão uma passagem para o astral.
As árvores são seres mágicos, enraizados na terra e com seus braços estendidos para o alto até ao céu. O tronco é uma ponte entre os mundos e por isso mesmo uma tora servia normalmente de mesa de altar. Fazer um ritual em frente a uma árvore é conectar-se com o submundo através das raízes e com os céus através dos galhos.
O foco das celebrações está nas deidades personificadas como Deusa e Deus, a Grande Deusa Neolítica, Aquela que dá a vida e recebe-a de volta e o Deus, seu consorte animal
neolítico, o Deus Cornífero da Natureza. Juntos, Deus e Deusa dão poder a todas as coisas vivas. São vitais para o ciclo de crescimento das plantas, animais e humanos.
As celebrações servem não só como devoção, mas também funcionam para dar poder ao ambiente. A dança ou outros actos que provocam energia, impregnam o cenário com o que se chama de energia
ódica. Actos de calor para a libertar concentravam-se dentro do círculo. É por isso que se acendem fogueiras, velas, etc. A qualidade magnética da energia
ódica absorve as imagens mentais dirigidas a ela por participantes do ritual e condensa-as numa força vital.
As plantas e animais são aliados das bruxas. Desta forma surgiu o conceito "familiar". O familiar ajuda a bruxa nos seus trabalhos tanto no aspecto
físico como espiritual.
Se uma pessoa está em contacto com um
espírito , dizemos que têm um Guia espiritual. O objectivo de um Guia é auxiliar o individuo na sua vida
física, experimentando sensações que o levarão à evolução da sua alma. Os Guias falam connosco em sonhos, pensamentos, sentimentos e nunca estamos verdadeiramente
sozinhos quando abraçamos os Antigos Caminhos.
Esta é a
consciência do Grande
Espírito, aquele que ensina os pássaros a fazer os ninhos, os lobos a caçar, etc. Quando se fala do
Espírito do Corvo ou do Lobo, falamos da
consciência colectiva do Reino Animal, fortificada pela
Consciência Divina.
Ao estarmos unidos numa teia de energia, a Natureza manifesta uma força espiritual que é a
essência de todas as coisas. Andar pelos antigos caminhos é aceder ao mecanismo interno da Natureza, do qual podemos extrair o conhecimento interior para realizar curas e outros actos de poder. Conhecer os Antigos Caminhos confere-nos a habilidade de distinguir padrões de energia e de saber interpretá-las. Tal conhecimento manifesta-se na compreensão da acção e reacção dentro da ordem natural e da ordem sobrenatural. Na compreensão deste mecanismo está a habilidade de alguém manifestar um desejo pela extracção, condensação e
direccionamento da energia
etérica para um objectivo pessoal. Algumas pessoas chamam a isto de
magia.
Magia é no entanto um aspecto
secundário dos antigos caminhos. É o beneficio de praticar a Arte, não a razão dela. Os Antigos Caminhos ensinam o alinhamento com a natureza, ensinam conceitos pré-cristãos, originados pelos povos primitivos que viviam em harmonia com a mesma. Todos os países tinham povos dos Antigos Caminhos, fossem eles
xamãs da Europa,
índios americanos; eram povos cujas vidas estavam intimamente ligados aos ciclos da natureza.
Como um artista deixa algo da sua natureza numa pintura ou escultura , também assim podemos descobrir algo de Divino nos trabalhos da Natureza. De certo modo a N
atureza é um reflexo diminuto da Natureza maior da qual foi tirada. Os Povos dos Antigos Caminhos cuidam dos
princípios e dos trabalhos interiores da Natureza a fim de
entenderem melhor a
Consciência que os fez manifestar.
Nossas
próprias naturezas interiores também são reflexos diminutos daquilo que nos criou; reconhecendo nossos próprios
espíritos e examinando o reflexo da natureza, podemos chegar mais perto de entender a Divindade, o Universo e a nossa relação dentro dele. Acima de tudo esta é a verdadeira dádiva de praticar os Antigos Caminhos.